Débora Regina Irie
Mestre
Universidad Nacional de Misiones
ORCID 0000-0002-3797-9561
deborairie18@gmail.com
Resumo:
Destaca-se ao longo desse capítulo a temática desenvolvimento sustentável a partir dos pilares
da Agenda 2030. O objetivo aqui é apresentar conceitos referentes as plataformas da
organização das nações unidas (ONU) sendo essas os objetivos de desenvolvimento sustentável
(ODS) e o Pacto Global. Esperamos com esse conteúdo despertar ações futuras que contribuam
na formação de profissionais protagonistas, agentes de mudança, conscientes de sua atuação na
promoção da sustentabilidade.
Palavras–chave: OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO GLOBAL; sustentabilidade. | SUSTENTÁVEL | (ODS); PACTO |
Introdução
A sobrevivência e a qualidade de vida da humanidade estão diretamente inter-relacionadas com a preservação e uso consciente dos recursos naturais de nosso planeta.
Esse capítulo justifica-se pela necessidade de despertar a atenção dos acadêmicos para conhecerem com mais profundidade os objetivos de desenvolvimento sustentável ODS, ao
passo que a análise de cunho bibliográfico aqui apresentada é relevante devido aos novos modelos de relações de trabalho e novas economias centradas nas pessoas e no uso consciente
dos recursos naturais.
Iniciamos esse capítulo apresentando o conceito de sustentabilidade e um breve resgate histórico até chegarmos na Agenda 2015-2030.
Desenvolvimento Sustentável e os ODS
O conceito de desenvolvimento sustentável continua em processo de construção, contudo podemos tomar como referência o relatório Brundtland publicado em 1987 onde consta
“desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem às suas necessidades e aspirações.”
Veremos a seguir um breve resgate histórico nessa trajetória de construção da temática sustentabilidade.
Em junho de 1992 aconteceu no Rio de Janeiro a conferência das Nações Unidas colocando em pauta o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. O principal objetivo da ECO 92 foi
debater o cenário ambiental global envolvendo temas como as mudanças climáticas, preservação da água, meios de transporte sustentáveis, políticas de reciclagem.
A ECO 2 é considerada uma das principais conferências internacionais em razão dos documentos oficiais aprovados dentre eles A Carta da Terra, Declaração de Princípios sobre
Florestas, a Declaração do Rio sobre meio ambiente e desenvolvimento e a Agenda 21.
A Agenda 21 situou a importância de cada país instituir um modelo de desenvolvimento sustentável e de se comprometer local e globalmente sobre a forma de como os setores
empresariais, público e organizações não governamentais poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas ambientais.
Em 2000 no evento chamado a Cúpula do Milênio, foram estabelecidas as metas do milênio pela Organização das Nações Unidas (ONU) que ficaram conhecidas como os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM). No Brasil esses objetivos também ficaram conhecidos como 8 jeitos de mudar o mundo. Sendo eles: 1- Erradicar a extrema pobreza e a fome. 2-
Atingir o ensino básico universal. 3- Promover a igualdade de gênero e a valorização da mulher.
4- Reduzir a mortalidade infantil. 5- Melhorar a saúde das gestantes. 6- Combater HIV/Aids, a malária e outras doenças. 7- Garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. 8-
Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Atualmente tem sido divulgado no meio empresarial a sigla ESG cujo significado é environmental, social, governance traduzindo para o português significa ambiental, social e
governança. Esse termo apesar de ser abordado recentemente, surgiu por volta do ano de 2004 em uma publicação titulada Who Cares Wins em tradução livre “quem se importa ganha”, do
Pacto Global em parceria com instituições financeiras representadas pelo Banco Mundial.
ESG é formado por um conjunto de padrões e boas práticas materializadas em indicadores que avaliam e demonstram o compromisso empresarial com a preservação dos recursos naturais,
com a gestão humanizada e com a inclusão social.
Os três pilares ESG ambiental, social e governança sendo colocados em exercício na empresa contribuem para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável.
Em 2012 aconteceu a Conferência das nações unidas sobre desenvolvimento sustentável, essa conferência ficou conhecida como Rio + 20, cujo objetivo era reiterar os compromissos
assumidos anteriormente em relação a preservação dos recursos naturais e ao crescimento econômico sustentável.
No ano de 2013 a ONU lança a pesquisa global das nações unidas por um mundo melhor denominada Meu Mundo, que teve como objetivo coletar opinião da sociedade e elencar
prioridades para a construção da Agenda 2030. A pesquisa cobriu ampla faixa etária de idade, renda, gênero e diversas origens.
As bases para a formulação da Agenda 2030 ocorre a partir dos 5 Ps que são:
Pessoas: contribuir para que todos os seres humanos possam realizar o seu pleno potencial com dignidade e igualdade, em um ambiente saudável.
2) Planeta: contribuir para proteção do planeta, na gestão sustentável dos recursos naturais, para atender as necessidades das gerações presentes e futuras.
3) Prosperidade: contribuir para que todos os seres humanos possam desfrutar de uma vida próspera e plena de realização pessoal, e para que o progresso econômico, tecnológico
e social ocorra em harmonia com a natureza.
4) Paz: contribuir na promoção de sociedades pacíficas, justas e inclusivas livres da violência.
5) Parceria: contribuir na mobilização de parcerias, do trabalho em rede cooperativo para implementação e fortalecimento da Agenda 2030, reforçando uma solidariedade global
concentrada especialmente às necessidades das camadas mais vulneráveis, compreendidas na gestão social como expressões da questão social.
“[…] aprender a questão social é também captar as múltiplas formas de pressão social, de invenção e de reinvenção da vida construída, no cotidiano, pois é no
presente que estão sendo recriadas formas novas de viver, que apontam um futuro que está sendo germinado. ” (IAMAMOTO, 1999 apud AMARO, 2018, P. 60)
O lema da Agenda 2030 é não deixar ninguém para traz.
Destarte, o compromisso com o desenvolvimento sustentável é um compromisso de todos e na academia o ideal é que o tema seja abordado e trabalhado de forma interdisciplinar, seguindo
um método que vai desde o despertar do interesse pelos ODS, a implementação de ações, construção de indicadores, monitoramento e avaliação para melhoria contínua.
Os ODS 16 e 17, que estabelecem a Paz e Parcerias, respectivamente, definem o quanto é fundamental que todos, sejam, instituições, governos e pessoas, estejam comprometidos na
cobertura das 169 metas. Ou seja, ninguém fica de fora.
Os 17 Objetivos que são completamente interligados e indivisíveis, de forma equilibrada são um guia para a comunidade internacional, com metas a serem cumpridas pelos governos, a
sociedade civil, o setor privado e todos cidadãos, de forma coletiva para um 2030 plenamente sustentável.
O alcance dos ODS exige ação local entre instituições de ensino, poder público, privado e a sociedade civil para reduzir as desigualdades e criar uma sociedade que promova a dignidade
da vida com oportunidades para todos.
A preocupação com o desenvolvimento sustentável é uma temática mundial, conforme evidenciado pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da iniciativa que, em 2015,
reuniu os 193 Estados-membros como países signatários para a discussão que culminou na elaboração da Agenda 2030, um amplo pacto social global composto por um conjunto de 17
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com desdobramento em 169 metas.
De modo geral, apresentamos no quadro a seguir a descrição dos 17 ODS:
Quadro 1. Os ODS
ODS | Título | Descrição |
1 | Erradicação da pobreza | Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. |
2 | Fome zero e agricultura sustentável | Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. |
3 | Saúde e bem-estar | Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. |
4 | Educação de qualidade | Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. |
5 | Igualdade de gênero | Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. |
6 | Água potável e saneamento | Assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos. |
7 | Energia acessível e limpa | Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos. |
8 | Trabalho decente e crescimento econômico | Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos. |
9 | Indústria, inovação e infraestrutura | Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação. |
10 | Redução das desigualdades | Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. |
11 | Cidades e comunidades sustentáveis | Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. |
12 | Consumo e produção responsáveis | Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis |
13 | Ação contra a mudança global do clima | Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos. |
14 | Vida na água | Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. |
15 | Vida terrestre | Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda. |
16 | Paz, justiça e instituições eficazes | Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. |
17 | Parcerias e Meios de Implementação | Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável |
Fonte: Elaborado pela autora a partir de Agenda 2030 (2022, online).
Esses 17 ODS tem seus conjuntos de metas específicos, mas também podem ser analisados por blocos ou eixos temáticos, quais sejam: ODS relacionados à sociedade (1, 2, 3, 4, 5, 7, 11 e 16),
ODS relacionados à economia (8, 9, 10 e 12) e ODS relacionados à biosfera (6, 13, 14 e 15).
Daisaku Ikeda filósofo, pacifista, renomado escritor diz : “A paz começa na mente dos homens.”
Entendemos nessa frase a palavra homem no sentido de humano. Esse autor defende e apoia os ODS.
ODS 16 traz como meta: promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. O autor defende que a paz não começa em algum lugar distante, mas sim aqui e
agora na minha mente. Começa no meu relacionamento com as pessoas que estão próximas a mim.
Somos todos corresponsáveis por um mundo mais pacífico. A paz começa no reconhecimento do meu amor próprio, do meu amor pelo outro, do meu amor e gratidão pelo planeta.
Quando reconhecemos nossos sentimentos de raiva, rancor, ódio e revolta em nossas pequenas ações diárias, começamos a partir daí a nos movimentar para transformar esses sentimentos em
amor, compaixão, solidariedade, paz. E assim, consequentemente, contribuímos para elevação energética da humanidade.
“A paz e a não violência estão hoje amplamente identificadas como fundamentais para a sobrevivência humana. A competição deve ser equilibrada pela cooperação e também pelo
compartilhamento. Até mesmo entre os economistas há um consenso de que a paz, a não violência e a segurança humana constituem-se em bens públicos globais juntamente com a água,
qualidade do ar, saúde e educação – condições básicas para o bem estar e o desenvolvimento humano.” (IKEDA, HENDERSON 2005, p. 9)
O ODS 17 engloba os demais objetivos e também os eixos práticos por remeter à articulação de atores e realização de ações em parceria para atingir as proposições da Agenda 2030.
Considerada a relevância social do tema, há uma expectativa de que na academia sejam abordados aspectos relacionados aos ODS, visando conformar profissionais com uma visão
alinhada ao tema. Contudo, quando se trata da formação em cursos que se relacionam à gestão, é salutar destacar o impacto dos ODS ao exercício cotidiano de atuação e as estratégias,
mecanismos, desafios e potencialidades que serão experienciados em seus futuros ambientes profissionais.
“Com a difusão das tecnologias de informação e comunicação, os processos de inovação vêm se tornando descentralizados e horizontalizados, visto que as empresas passaram a adotar o
modelo de inovação aberta, que faz uso simultâneo de conhecimentos e tecnologias internas e externas as organizações.
Esse modelo implica que a criação e a difusão do conhecimento não se limitem às fronteiras da empresa, pois estas interagem em redes de inovação e parcerias.” (LIMEIRA, 2018)
Ressaltamos que a Agenda 2030 é de ampla abrangência aceita por todos os países e aplicável a todos, levando em conta diferentes realidades nacionais, capacidades e níveis de
desenvolvimento, respeitando as políticas e prioridades de cada país.
Os objetivos da Agenda 2030 são integrados e indivisíveis, equilibrando as 3 dimensões do desenvolvimento sustentável: social, ambiental e econômica.
Pacto Global e tendências
Abordaremos agora sobre outra plataforma da ONU denominada Pacto Global.
O Pacto Global surgiu no ano de 2000, por iniciativa do sétimo secretário geral das nações unidas, que na época era Kofi Annan, diplomata ganês. Sendo atualmente em 2022 o maior
movimento de sustentabilidade corporativa do planeta, com 16 mil participantes entre empresas e organizações distribuídas em redes locais abrangendo 160 países.
O ex secretário das nações unidas Kofi Annan defendia a disseminação de boas práticas empresariais almejando uma mudança profunda da gestão mundial dos negócios. As empresas
e organizações signatárias do Pacto Global assumem o compromisso de contribuir para o alcance dos 17 ODS quem compõem a Agenda 2030.
O Pacto Global representado por lideranças corporativas, apresenta 10 princípios para promoção da cidadania e do crescimento econômico de forma justa e sustentável. Esses 10
princípios que veremos a seguir derivam da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional do Trabalho, da Declaração do Rio sobre o meio
ambiente e Desenvolvimento e da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.
Os dez princípios do Pacto Global são:
01 – As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente.
02 – Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos.
03 – As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva.
04 – A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório.
05 – A abolição efetiva do trabalho infantil.
06- Eliminar a discriminação no emprego.
07 – As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais.
08 – Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental.
09 – Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.
10 – As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.
Percebe-se que o Pacto Global são princípios com uma abordagem mais voltada para a responsabilidade social corporativa. Já os ODS que compõem a Agenda 2030 são objetivos em
comum para empresas, poder público, instituições de ensino, organizações não governamentais e cidadãos.
E quais são as tendências que irão impactar o mundo dos negócios pautados na sustentabilidade?
1- Atuação em rede. É preciso que o empreendedor social conheça e fortaleça o ecossistema formado por empresas privadas, setor público, ONGs, incubadoras, aceleradoras, instituições
de ensino, agências de fomento, financiamento e novos atores que estão surgindo. Estejam abertos para diversas formas de parcerias, compras e trocas de serviços.
2- Aumento no número de investimentos de impacto. Negócios de impacto social não são negócios do futuro, são negócios do presente! Empresários do Conselho Empresarial Mundial
para o Desenvolvimento Sustentável WBCSD afirmam: “As empresas não podem prosperar em sociedades que fracassam e fora dos limites do planeta, o que torna evidente e genuíno nosso
nítido interesse em contribuir para os ODS objetivos desenvolvimento sustentável.”
3- Valorização da diversidade. Etnia, identidade de gênero, orientação sexual, pessoas com deficiência, refugiados, imigrantes, entre outros, são temáticas que estarão em alta nos mais
diversos espaços, empresarial, acadêmico, comunidade. Organizações que mantém o respeito e a valorização a diversidade inovam, superam as crises mais rápido.
Estaremos presenciando o início de uma era mais humanizada e de uma revolução nos aspectos econômico, social e ambiental.
Dentre os novos modelos de negócios destacamos os negócios de impacto social que são empresas criadas para resolver um problema social que afeta a vida da sociedade em diferentes
áreas como saúde, educação, saneamento, moradia, mobilidade urbana, meio ambiente, tecnologia, e outros.
São modelos de negócios com as seguintes características:
• Voltados para melhorar a qualidade de vida e garantir o acesso da população de baixa renda a necessidades básicas, direitos humanos e oportunidades.
• Financeiramente autossustentáveis, podendo adotar modelos de economia solidária, colaborativa, verde e circular.
• Escaláveis e Replicáveis, funcionam em qualquer local que apresente o mesmo problema.
• Tem o ser humano como valor central.
• Representam a solução para um problema.
• Potencializam a riqueza da diversidade local.
• Tem como resultado final realidades transformadas.
• Atenuam, minimizam desigualdades sociais, transformam realidades, promovem a inclusão social.
• São negócios autossustentáveis que podem apresentar potencial de escala.
• São oportunidades de negócios para pequenos, micro empreendedores e investidores.
Para a autora LIMEIRA (2018), é preciso conciliar valor econômico com o impacto social e ambiental, contribuindo assim para o alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável.
Conclusões
A conduta de cooperar, de buscar o diálogo pacífico em torno dos objetivos de desenvolvimento sustentável para preservação dos recursos naturais, para o combate à pobreza e para o
empoderamento humano, torna-se imprescindível e permanente.
Desenvolver um trabalho que promova o desenvolvimento sustentável é necessário, e também desafiador, visto ser um conceito amplo e complexo que essencialmente demanda
conhecimentos diversos e inter-relacionados.
Sendo assim, de acordo com Mantulak, (2016) reforça-se a função da academia em continuar contribuindo para disseminação de conceitos relacionados a sustentabilidade, fomentando
pesquisas e novas iniciativas, bem como articular-se com trabalho em rede por meio dos projetos de extensão universitária. Ressalta-se a compreensão que muito do processo ensino
aprendizagem se situa, fora do espaço das instituições educacionais formais.
“As profundas alterações nos padrões tecnológicos e gerenciais na produção e comercialização de bens e serviços, em escala mundial, com a requisição de novas especializações do trabalho, estimulam o
estreitamento de vínculos entre o ensino superior e o mercado de trabalho. Além de centro de criação de ciência e tecnologia de ponta para produção (no sentido lato), a universidade vem sendo impelida a tornarse um grande centro de qualificação de quadros técnicos profissionais capazes de responder, a curto prazo, ao novo panorama operacional. ”
(IAMAMOTO, 2015, p. 451).
Nesse sentido, a articulação entre educação e trabalho se faz necessária, podendo ser utilizado como estratégia os projetos de extensão universitária, como instrumento de formação das novas
gerações para uma ação mais consciente e transformadora, no que tange a sustentabilidade.
A academia deve manter-se em alerta para romper com uma visão endógena e fragmentada na formação dos alunos. O mercado de trabalho e a sociedade exigem competências e habilidades
que deem respostas as demandas apontadas na Agenda 2030.
É fundamental um compromisso em formar alunos com uma visão da totalidade em que o indivíduo se insere e com uma compreensão e valorização dos 5Ps que embasam a Agenda 2030
Referências
AMARO, S.; CRAVEIRO, A. V.; Extensão universitária: potências em ação. Ed. Nova Práxis, Curitiba, 2018.
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. 9. Ed. Cortez, São Paulo, 2015.
IKEDA, D.; HENDERSON H.; Cidadania planetária: seus valores, suas crenças e suas ações podem criar um mundo sustentável. Ed. Brasil Seikyo, São Paulo, 2005.
LIMEIRA, T. M. V. Negócios de impacto social. Ed. Saraiva, São Paulo, 2018.
MANTULAK, M. J.; MICHALUS, J. C.; Hacia um desarrollo local y regional sostenible: contribuiciones desde la academia. Ed. Universitária de la Universidad Nacional de Misiones, 2016.
ORGANIZAÇÃO das Nações Unidas. Agenda 2030. Disponível em:
. Acesso em: out. 2021.
ORGANIZAÇÃO das Nações Unidas. Pacto Global disponível em https://www.pactoglobal.org.br/10-principios. Acesso em: nov. 2022.
Sobre o autor
Débora Regina Irie
• Embaixadora da Integral Woman Global
• Mentora estrategista de negócios de impacto social. Ensina como integrar negócios locais a agendas globais.